O Ceará tem a melhor taxa de transplantes de fígado do Brasil, é o terceiro em transplantes de órgãos de doadores falecidos e também o terceiro em doadores efetivos por milhão da população (pmp). Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), na nova publicação da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) relativa ao ano de 2015.
“Estado com cerca de nove milhões de habitantes e mais de 17 mil leitos hospitalares, cerca de mil de terapia intensiva. Realiza todas as modalidades de transplantes, ocupando posições de liderança no cenário nacional, com média de doadores e transplantes muito superior à média da região Nordeste. É o Estado líder nacional em número de transplantes hepáticos por milhão da população e também realiza nove transplantes de medula óssea pmp”, atesta o RBT sobre o desempenho do Ceará na captação de órgãos e realização de transplantes (ver publicação na íntegra).
Em 2015, o Ceará estabeleceu um novo recorde de transplantes de órgãos e tecidos, com a realização de 1.433 procedimentos, 34 a mais que o recorde anterior, de 1.399 transplantes em 2014. No ano passado, 198 pacientes receberam fígado saudável, superando os 195 transplantes feitos no ano anterior.
O resultado manteve o Ceará como o estado que mais realiza transplantes de fígado no país, com taxa de 22,1 pmp, à frente de Distrito Federal (21,7) e Santa Catarina (15,8). Conforme o RBT, o transplante hepático permaneceu estável no ano (aumento de 2,8% no número e diminuição de 3,3% na taxa) e apenas Ceará e Distrito Federal realizaram mais do que 20 transplantes pmp.
A publicação observa que há 1.280 (6,3 pmp) pacientes em lista, e ingressaram 2.634 (13 pmp), enquanto que a estimativa de ingresso baseada em registros internacionais seria de 30 pmp (6.084). Apenas Ceará (41 pmp), São Paulo (27 pmp) e RS (25 pmp) aproximaram-se dessa taxa.
O Ceará também manteve a posição em relação aos doadores efetivos, com taxa de 23,5 doadores pmp, atrás apenas de Santa Catarina (30,2) e Distrito Federal (28,4). No ano passado o Estado fez 538 notificações de potenciais doadores, ou 60,8 pmp. Mesmo que 330 dessas notificações não tenha efetivado doadores, o Ceará ficou também em terceiro lugar do Brasil no percentual de efetivação de doadores, o que ocorreu em 39% das notificações, percentual menor que os 41% de Minas Gerais e Santa Catarina.
Para a efetivação de 208 doadores, foram realizadas 342 entrevistas e em 129 delas a família do potencial doador recusou a doação, mesmo percentual de São Paulo, maior apenas que o do Distrito Federal (35%). A recusa familiar é a principal causa de não concretização da doação de órgãos de potenciais doadores.
Nos transplantes de órgãos de doador falecido, o RBT destaca os estados com mais de 50 transplantes pmp: Rio Grande do Sul (61,1), Distrito Federal (60,0), Ceará (53,8) e São Paulo (50,8), sendo a meta para os transplantes com doador falecido de 70 pmp. A taxa global dos transplantes de órgãos de doadores vivos e falecidos no Brasil foi de 39 pmp, enquanto que nos países com melhores resultados está próxima a 100 pmp (objetivo máximo).
A meta para o Brasil é atingir 50 transplantes pmp a partir dos próximos três anos, e para os estados com melhor desempenho, realizar 75 transplantes pmp. Neste ano, ultrapassaram os 60 transplantes pmp, e são os estados com melhor desempenho em transplantes o Rio Grande do Sul (66,9 pmp), São Paulo (64,9 pmp) e Distrito Federal (61,7 pmp). O Ceará aparece em quinto lugar, com taxa de 55,5 pmp, depois do Paraná (59,8).
Este ano, segundo informações da Central de Transplantes de Secretaria da Saúde do Estado, foram realizados, até o dia 3 de março, 38 transplantes de rim, três de coração, 24 de fígado, 14 de medula óssea, 114 de córnea e dois de esclera. A lista de espera tem 11 pacientes na fila de transplantes de coração, 142 de fígado, 496 de rim, seis de pulmão e 546 de córnea, totalizando 1.210 pacientes ativos na lista de espera por transplantes de órgãos e tecidos.
Portal Massapê
Com informações da Sesa
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