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Aumenta o número de mulheres envolvidas com o crime no Ceara

Apenas no primeiro semestre deste ano, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) já registrou um total de 1.854 autos de apreensões e prisões em flagrante de mulheres no Ceará. Desse número, 579 são adolescentes e 1.275 maiores de 18 anos. Com relação ao mesmo período do ano passado, 2016 apresenta aumento de 0,7%. 
Já durante todo o ano de 2015, 3.116 mulheres, entre adolescentes e adultas, foram capturadas cometendo algum delito. Baseado nos dados informados pela SSPDS, fevereiro foi o mês que apresentou o maior aumento de crimes praticados por mulheres em 2016. Comparado ao mesmo período de 2015, houve crescimento de 22%.
Tráfico
De acordo com o ranking de auto de apreensões em flagrante do gênero feminino, divulgado pela SSPDS, o tráfico de drogas lidera a lista. Em 2015, foram 272 adolescentes apreendidas e 450 mulheres presas, totalizando 722 autuações por esse tipo de crime. Neste ano, de janeiro a julho, foram 357 autuações, sendo 198 adolescentes e 159 maiores de 18 anos. Comparando os casos de 2014 e 2015, o número de mulheres presas por comércio ilegal de entorpecentes, no ano passado, aumentou 12,6% em relação a 2014. O número de adolescentes apreendidas também apresentou acréscimo de mais de 15%, em relação ao ano anterior. Os números comprovam que a prática do tráfico de drogas se tornou uma das principais formas de inserção feminina no crime.
Tipos
Além do tráfico, o ranking também mostra que outro crime recorrente entre as adolescentes no Ceará é o roubo a pessoa, que aparece em 2° lugar com o registro de 84 autuações; o furto desponta em 3° lugar com 49 autuações. Já no ranking de prisões de mulheres maiores de 18 anos, abaixo do crime de tráfico de drogas, vem a associação para o tráfico, com 159 prisões em 2016 e em 3° aparece o crime de corrupção de menor, com 99 prisões.
O ranking também mostra que mesmo presas, elas continuam a traficar. Quando o crime é cometido dentro de estabelecimento prisional, a pena é aumentada. Em 2015, 55 internas foram flagradas reincidindo nesse tipo de crime e, até julho deste ano, 22.
As autoras dos crimes, geralmente, têm idade entre 12 e 24 anos. Segundo os dados estatísticos da SSPDS, neste primeiro semestre de 2016, as adolescentes de 12 a 17 foram as responsáveis pelo maior número de autos de apreensões em flagrante, com o registro de 536 apreendidas. Em segundo lugar, aparecem mulheres com idade entre 18 e 24 anos, com 525 prisões.
Presídios
Os dados apresentados pela SSPDS são confirmados pela quantidade de presas existentes no sistema penitenciário do Ceará. Segundo dados da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), o número de internas, em 2015, no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa era de 1.321. Até agosto deste ano, a Sejus registrou o total de 1.526 mulheres presas. Desse total, quase 55% da população carcerária feminina estão presas por motivo de tráfico de entorpecentes.
Os números apontam, ainda, que o crescimento de presas por tráfico de drogas foi de quase 10%, em pouco mais de seis meses. Enquanto em 2015 o sistema penitenciário feminino abrigava 797 internas, hoje ele abriga 858 mulheres.
Perfil
Em entrevista ao Jornal O Estado, a diretora-adjunta da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), Patrícia Bezerra, confirma o aumento da participação das mulheres no mundo do crime. “O aumento está bem significativo nos últimos tempos”. Em regra, na maioria das vezes, a entrada das mulheres no tráfico ocorre por influência dos companheiros.
No entanto, Patrícia Bezerra observa uma mudança no perfil das infratoras e destaca que elas estão deixando de ser coadjuvantes e passando a serem protagonistas dos atos. “A gente vem percebendo uma mudança no padrão de comportamento dessas mulheres. De fato, algum tempo atrás a gente verificava que, na esmagadora maioria das vezes, elas estavam entrando no mundo do crime acompanhando o marido, um companheiro ou acobertando um filho. Mas, recentemente, a gente tem visto que essas mulheres estão assumindo uma liderança no crime organizado e isso independe de relação com um homem criminoso”, destacou a delegada.
Jornal O Estado CE

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