Os motivos que levam os turcos, que estão na Otan há 70 anos, não serem favoráveis a adesão está associado a problemas do passado. Há três anos, a Suécia já interrompeu a venda de armas aos turcos apos o envolvimento militar de Ancara na guerra da Síria, e, junto a Finlândia, recusam constantemente as solicitações para extradição de militares curdos, que são um dos principais pontos que faz com que a Turquia não concorde com à adesão. Ancara acusa os nórdicos de serem “uma casa de hóspedes para organizações terroristas”, disse Recep Tayyip Erdogan citando os seguidores de Fethullah Gulen e Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) – grupo guerrilheiro curdo que combateu por décadas em uma insurgência separatista em partes da Turquia -, considerado um grupo “terrorista” pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos. Os turcos solicitam que os escandinavos suspendam o apoio a grupos militares curdos. O chefe de Estado também garantiu que não quer que se repita o mesmo erro cometido com a adesão da Grécia.
Apesar de não concordar com a adesão de Finlândia e Suécia na Otan, a Turquia, que desde o começo do conflito no Leste Europeu tem feito de tudo para manter boas relações com Rússia e Ucrânia, do quais sua economia depende muito, disse que eles não estão fechando a porta para a entrada dos países nórdicos na aliança, entretanto, querem negociações e medidas contra o que vê como atividades terroristas, especialmente em Estocolmo, afirmou um porta-voz do presidente Tayyip Erdogan. “Não estamos fechando a porta. Mas estamos basicamente levantando este assunto como uma questão de segurança nacional para a Turquia”, disse Ibrahim Kalin, também um importante assessor de política externa do presidente.
No último domingo, 15, diante da recusa da Turquia que começou a aparecer na sexta-feira, o secretário norte-americano de Estado, Anthony Blinken, expressou que os Estados Unidos vêm incentivando a entrada dos dois países e devem fazer um esforço para contornar a oposição de Erdogan. Já o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, mostrou confiança em ter uma rápida adesão de Finlândia e Suécia apesar da relutância turca. “A Turquia deixou claro: sua intenção não é bloquear a adesão”, disse ele a repórteres. “Portanto, estou confiante de que seremos capazes de abordar as preocupações que a Turquia expressou de uma forma que não atrase o processo de adesão”.
*Com informações da Reuters e AFP/Jovem Pam / Portal Massapê
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