O presidente da Executiva Regional do PSD, Domingos Filho, elegeu como missão ampliar o número de representantes da sigla na Assembleia Legislativa e tem, nesse momento, como desafio maior, esvaziar o PP, ameaçando a sobrevivência eleitoral do deputado estadual Zezinho Albuquerque e do deputado federal AJ Albuquerque. Pai e filho trombaram com o Governador Camilo Santana (PDT) e com o senador Cid Gomes (PDT).
Como sinais de descontentamento com o grupo que integra desde meados dos anos 90, Zezinho decidiu se lançar pré-candidato ao Governo do Estado. Uma estratégia arriscada para ser chamado e rec
eber uma sinalização de que ambos – pai e filho, poderiam ganhar a ajuda necessária que os garantisse a reeleição. A resposta, porém, não veio e, como recado, o PSD foi pra cima do PP.
PP ASFIXIADO
Em menos de 24 horas, Domingos tirou do PP os deputados estaduais Fernando Hugo e Lucílvio Girão que, em 2018, somaram 92.066. Zezinho já entendeu o recado e sabe que se, nas próximas horas, perder mais um deputado estadual – Bruno Pedrosa ou Leonardo Pinheiro, corre o risco de ver o PP asfixiado.
Embora tenha se lançado pré-candidato ao Palácio da Abolição, Zezinho não renunciou ao projeto de concorrer à reeleição e, por esse motivo, tenta manter os aliados nos municípios onde recebeu, em 2018, 79.489 votos. A tarefa não tem sido fácil e, com a presença do inimigo que se transforma em predador, Zezinho sente a sombra de um eventual fracasso nas articulações para atrair novos aliados.
Como resposta à migração de Hugo e Lucílvio, Zezinho intensificou o assédio, nos últimos dias, ao deputado estadual João Jaime, originário do DEM, para desembarcar no PP. João, que foi reeleito, em 2018, com 56.661 votos, não está seguro para aceitar o convite e, após a saída de Fernando Hugo e Lucílvio Girão, uma luz amarela de incerteza pisca na direção do PP, deixando-o na insegurança sobre o apelo de Zezinho Albuquerque.
CARTA E CREDENCIAMENTO DE DOMINGOS
A movimentação do ex-vice-governador Domingos Filho mostra o fôlego de quem faz e vive a política 24 horas por dia, desenhando cenários, construindo mapas e nunca desistindo dos sonhos, mesmo no cumprimento de árduas missões. Domingo elegeu como maior sonho para as eleições de 2022 reeleger o filho Domingos Neto, eleger a filha Gabriella à Assembleia Legislativa e entrar, como candidato a vice, na chapa do PDT ao Governo do Estado.
Domingos trabalha forte para, até a próxima quinta-feira, dia 1º de abril, ampliar ainda mais o número de deputados estaduais do PSD. A fúria com que foi pra cima do PP é uma estratégia para, com uma bancada mais numerosa na Assembleia, se credenciar junto ao comando estadual do PDT para a vaga de vice na chapa ao Palácio da Abolição.
MATEMÁTICA DE ZEZINHO E AJ ALBUQUERQUE
Os cálculos preliminares apontam que, para eleger um representante à Câmara Federal, o partido ou a federação deve somar no Ceará entre 190 mil e 200 mil votos – o chamado quociente eleitoral, que é derivado da divisão do número de votos apurados pela quantidade (22) vagas. Se não alcançar esse número, a sigla fica sem deputado federal.
Reside nessa matemática a angústia de Zezinho Albuquerque: eleito com 132.319 votos, AJ Albuquerque luta para manter a votação tão expressiva de 2018, mas, no quadro atual, ainda não alcançou a projeção dos 200 mil votos para a eleição deste ano. AJ conquistou o mandato porque, na aliança com o PDT, a soma de votos foi suficiente para o êxito nas urnas. Zezinho vem conversando com o ex-vice-prefeito de Fortaleza e ex-deputado federal Moroni Torgan.
O convite para ingressar no PP foi feito, mas Moroni, que é pré-candidato à Câmara, acha que, pelos números de Zezinho, a sigla ainda está longe de somar os votos necessários para reeleger AJ Albuquerque e garantir a segunda vaga de deputado federal. Moroni não quer ser bucha e, pelas próximas 48 horas, Zezinho corre para encontrar pré-candidatos à Câmara que cumpram esse papel. A janela partidária fica encerrada nessa quinta-feira, primeiro de abril.
Fonte: Ceará Agora / Portal Massapê
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